quinta-feira, 9 de agosto de 2007

ESCREVER E LER É FÁCIL E NECESSÁRIO

A língua portuguesa costuma ser uma disciplina que traz a tona paixões e ódios. Porém, uma coisa é certa: se refletirmos que para nós não existe vida sem a língua portuguesa, já que o tempo inteiro estamos usando nosso idioma para qualquer atividade, e nossas estruturas de pensamento são fundamentadas a partir da noção de mundo que adquirimos através da língua, é possível estabelecer uma relação mais tranqüila entre o falante-estudante e a língua de Camões.
Escrever diariamente, procurando sempre refletir sobre o texto que produzimos, é um exercício que aos poucos vai nos trazendo mais liberdade e tranqüilidade na utilização do idioma. Devemos saber que a língua é algo complexo, vivo, que está em constante transformação, adquirindo novas formas e novos conceitos, novas palavras e novas maneiras de expressão. Sendo assim, estudar ou refletir a fundo sobre o próprio idioma é uma tarefa também complexa, mas que acaba sendo compensadora, pois nos tornamos mais aptos a compreender todas as possibilidades que o conhecimento nos traz. Além do que, estudar um idioma é o primeiro passo para que possamos também compreender melhor ou aprender outro idioma.
Escrever é relativamente fácil, mas requer auto-crítica e um conhecimento mínimo das regras e normas que regem a escrita. Se analisarmos minimamente determinados conceitos, certamente teremos possibilidade de nos tornarmos bons escritores, não no sentido profissional, mas no sentido cotidiano, de pessoas conscientes do papel de guardiães de nossa própria cultura.
Um grande aliado é nosso amigo dicionário. Além do famoso e sempre difundido "Aurélio", eu, particularmente, gosto muitíssimo do Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, que é de longe o mais completo dicionário de português existente no mundo. Este dicionário é fruto de uma pesquisa de 19 anos, liderada na maior parte do tempo pelo intelectual Antonio Houaiss (1915-1999), que infelizmente, faleceu antes de sua obra ser concluida. Se você não possui um dicionário, eu aconselho a comprar um, e não pense nisso como um desperdício de dinheiro (bons dicionários costumam ter preços não muito baratos, infelizmente), pois um livro é sempre um investimento. Um dicionário de qualidade vai acompanhá-lo por toda a vida. Ao contrário do dito popular que chama de "pai dos burros", eu acho que dicionários são, sim, Amigos dos Espertos, porque somente os incautos ou arrogantes não consultam dicionários.
Uma outra sugestão é ler, tudo, o tempo inteiro. É claro que tendemos a concentrar nossas leituras a obras de nosso gosto, mas lembre-se: o bom leitor amplia seu universo de leitura com o tempo, vai descobrindo coisas novas, novos autores, novos livros, novos gêneros, sem preconceitos. Toda leitura é válida, especialmente num país de analfabetos funcionais e preguiçosos, como ainda é o nosso.
Não ter dinheiro não é desculpa: há bibliotecas, há livros baratos (como, por exemplo, os livros da série "pocket", da editora gaúcha L&PM - http://www.lpm.com.br/), há a internet, há amigos de quem podemos emprestar, há revistas. O que não pode haver são desculpas esfarrapadas para não ler! Quem não lê está por fora, e na universidade, especialmente num curso de ciências humanas e educação, como é o caso da Pedagogia, não é admissível que os estudantes não leiam, no mínimo, uns quatro ou cinco livros por mês.
Acreditem, ler e escrever são atividades intimamente ligadas, e quando se começa, não se consegue parar mais. Espero que, mesmo com o curto tempo que temos pela frente, possamos melhorar nossa relação com a leitura e a escrita neste semestre.
Comecem lendo e fazendo comentários neste blog!
Um abraço e até quinta-feira.

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