sexta-feira, 31 de agosto de 2007

GALERA DO 1.º ANO

Conforme o combinado, sempre às sextas-feiras, escreverei um tópico especial, referente às aulas do primeiro ano de Pedagogia.
Hoje, faremos apenas alguns comentários gerais sobre nossa última aula, em especial sobre o que falamos a respeito do acesso ao blog e ao mundo virtual. Gostaria de frisar o seguinte: não pensem que estas atividades blogueiras têm qualquer intuito de impor algo a vocês. Sempre pensei que o mais importante de tudo, quando se trata de estudo, educação, leituras, práticas didáticas novas, é justamente perdermos o medo e o preconceito. Digo isso porque é preciso perceber que o blog não é uma alegoria do ego do professor André, muito pelo contrário. Eu realmente quero que isto aqui se torne um instrumento de trabalho, de pesquisa, de leitura, reflexão, um canal para produzir, publicar e comentar textos. Além do que, o propósito é funcionar como uma espécie de recurso didático que pode e deve ser experimentado também por vocês, alunas e alunos de Pedagogia, durante sua vida acadêmica e profissional.
Gente, é preciso perceber que a internet e seus recursos são parte indissociável do cotidiano de intelectuais, educadores, comunicadores, entre outros profissionais. Não é admissível que um acadêmico de um curso superior não tenha acesso regular à rede. Saibam aqueles que ainda têm algum tipo de receio que mais cedo ou mais tarde, vão se deparar com uma situação em que o uso da net é necessário - seja para providenciar seu currículo Lattes, seja para enviar um texto acadêmico para um evento, seja para pesquisar, trabalhar e até mesmo se divertir.
Aqueles que têm receios à net agem mais ou menos como a vovozinha que ouvia o rádio e dizia que a televisão era uma invenção do diabo - até o dia em que viu o primeiro capítulo de uma novela e nunca mais desligou o aparelho. Não estamos aqui discutindo valores, que fique bem claro: a internet e seus recursos, como qualquer instrumento ou ferramenta tecnológico, não é boa ou má, certa ou errada, inteligente ou ignorante - o uso que se faz dela é que diferencia. Se usarmos a nosso favor, como instrumento capaz de nos auxiliar a organizar nossa vida intelectual, acadêmica e profissional, faremos dela um grande aliado.
Não existe nenhuma desculpa convincente para não acessar: se não tem um computador, algum colega deve ter. Se não "sabe" se virar na net, peça ajuda a alguém mais capacitado (uma filha ou sobrinha pré-adolescente sempre serão bons instrutores). Além do quê, temos computadores na faculdade, disponíveis a vocês na biblioteca. E ainda por cima, há estabelecimentos chamados "lan houses", que alugam temporáriamente máquinas e dão acesso à internet por preços módicos, que muitas vezes não ultrapassam os R$2,00 a hora.
Alegar falta de tempo não me convence tampouco porque isso é uma questão de organização. Vocês devem lembrar que a atividade acadêmica séria demanda estudos e concentração, isto é, se vocês realmente quiserem tornar-se educadoras, e não meras diplomadas.
Diploma é fácil de conseguir, qualquer um consegue. Tornar-se educador, intelectual, acadêmico, demanda compreensão, concentração e aceitação das regras - que, diga-se de passagem, não foram criadas por mim, eu também estou adaptado a elas.
Bem, pra não dizer que não falei das flores, aqui vão alguns links interessantes pra vocês:
Nossa Língua Portuguesa - site oficial do professor Pasquale Neto, com dicas e informações sobre o uso da belíssima língua de Camões.
Site da CNPq, para fazer o Currículo Lattes:
Editora Brasiliense - procurem a coleção Primeiros Passos.
Um abraço a vocês todos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

OFICINA DE FANZINE AULA 2

Capa do livro "O jornal na sala de aula", de Maria Alice Faria - Editora Contexto (www.editoracontexto.com.br)

Apenas pra vocês não esquecerem, as equipes que produzirão os fanzines estão assim organizadas:

Equipe 1:
Ingrid, Adriana, Marilda, Cleonice

Equipe 2:
Aline, Claudinéia, Marla, Juliana, Selma.

Equipe 3:
Josiane, Antonia, Dilmarize, Rúbia e Leriane

Equipe 4:
Danielle G., Claudete, Milayni, Isis e Sandra.

Equipe 5:
Ana Paula, Dayane, Francine C. e Karina.

Equipe 6:
Emerson, Danielle, Amanda.

Equipe 7:
Geovana, Simone, Telma, Adriane Carla, Rosemeri.

Equipe 8:
Gislaine, Solange, ElisÂngela, Daniele.

Equipe 9:
Francine, Ana Cláudia, Beatriz, Scheila.

Equipe 10:
Janaína Gonçalves, Paola, Ana Paula Pitela e Andréa.

Para a próxima aula, terça que vem, dia 4 de setembro, as equipes terão que produzir 1 CABEÇALHO DE JORNAL, contendo: Nome, slogan, endereço eletrônico, data, ano da publicação, número, preço. Este cabeçalho será elaborado conforme as instruções dadas na aula de ontem, a partir da análise da Primeira Página (PP) dos jornais. Nossa referência básica desta aula é livro "O jornal na sala de aula", de Maria Alice Faria (vide referência completa no tópico "Oficina de fanzine aula 1").

As equipes também deverão produzir 1 manchete e um lide.
O que é a manchete? É a notícia mais importante do dia, que merece destaque, geralmente apresentada com letras maiores. Vocês devem produzir uma manchete a partir de fatos reais ou fictícios, mas é importante que ela seja criativa e pareça verossímil.
O que é o lide? É um elemento fundamental da PP. Trata-se da abertura de notícia ou reportagem, onde se apresenta o assunto que será abordado de maneira suscinta. Na verdade, é um resumo inicial, cuja função é fisgar a curiosidade do leitor, para que este compre o jornal. Um bom lide responde, em forma de síntese, as perguntas básicas referentes ao assunto tratado: quem fez o quê e quando, como, onde e por quê. Esta ordem não é obrigatória, e em alguns lides, algumas destas respostas estão implícitas. Ler e produzir lides é uma atividade interessantíssima. Há ainda a possibilidade de comparação entre lides de vários jornais. Isto dá a possibilidade de compreender como o estilo dos textos pode variar, de um jornal para outro.

Lembrem-se: vocês devem produzir isso até a próxima terça, mas a produção da PP de jornal deverá ser feita em sala de aula. Por isso, não esqueçam de trazer cartolina, recortes, canetões e canetinhas, lápis de cor, cola, tesoura e outros materiais que acharem interessantes.

Também é de fundamental importância que cada equipe compre 1 exemplar do jornal de domingo (sugestão: Gazeta do Povo, Folha de São Paulo ou O Estado de São Paulo). Cada membro da equipe está responsável pela leitura da matéria principal de um caderno, sobre a qual deverá ser produzida uma síntese manuscrita, que será comentada em nosso próximo encontro.

Não custa lembrar: TODAS estas atividades serão avaliadas.
Abraços e beijos, qualquer dúvida, email-me. :-)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

CONSTRUÇÃO

Alunas e alunos do primeiro ano: segue a letra (correta) de Construção. Na letra que eu distribuí durante a aula, houve algumas gralhas, pois na hora de copiar o texto, fui desatento. Estava faltando um verso na segunda estrofe, e também escrevei "silêncio" ao invés de "cimento", no oitavo verso da primeira estrofe.
Esta música foi lançada por Chico Buarque no ano de 1971, faz parte do álbum homônimo, que é sem dúvida um dos mais marcantes da carreira do compositor. É óbvio que eu aconselho a todos que procurem conhecer melhor a vida e a obra de Chico Buarque, pois, como costuma-se dizer por aí, ele é um dos chamados "patrimônios nacionais", um dos maiores gênios de nossa música e nossa poesia.
Acessem a página oficial: http://www.chicobuarque.uol.com.br/.



CONSTRUÇÃO (Chico Buarque de Hollanda)

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

1971 © by Cara Nova Editora Musical Ltda. Av. Rebouças, 1700 CEP 057402-200 - São Paulo - SPTodos os direitos reservados. Copyright Internacional Assegurado. Impresso no Brasil
Capa do LP "Construção", lançado em 1971.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

OFICINA DE FANZINE AULA 1

Na próxima terça-feira, falaremos sobre aspectos técnicos do texto de jornal. O uso do texto de jornal oferece a possibilidade de estabelecer diversas associações entre a leitura e a escrita - atividades intrínsecas.
Vamos destacar o seguinte:
a. As diferenças entre as variações da linguagem oral/ escrita, bem como as diferenças textuais, entre o gênero literário (poesia, prosa, conto, romance, novela) e o gênero jornalístico (o artigo, a crônica, a reportagem, a entrevista, o editorial).
b. A observação do planejamento gráfico, através análise de alguns elementos que compõem o jornal (separação entre textos por espaço, colunas, o cabeçalho, a manchete, a organização das imagens no corpo do texto, etc.). Destaque para como a composição do texto influencia na sua leitura.
c. As diferentes partes que compõe um jornal, chamadas editorias (por ex.: editorias de cultura, esportes, cotidiano, policial, política, informática, agricultura, infantil, etc).
Quando vocês estiverem produzindo fanzines com seus aluninhos e aluninhas na escola, podem fazer muitas outras coisas. As possibilidades são múltiplas.

Vale lembrar:

1. A utilização de um assunto do conteúdo produção de textos é importante como ponto de partida. Entretanto, o fanzine não pode ser "conteudista", pois é importante que os alunos produzam de acordo com suas próprias escolhas.

2. O fanzine não é um jornal. O que se faz é utilizar o jornal como parâmetro, mas a idéia é desconstrução e reconstrução de algo diferente.

3. Na escola, todo o processo, desde a leitura de textos de jornal e escolha temas para produção de textos, até a organização do cronograma de atividades e avaliação, deve ser exposto e debatido. Isso faz com que a oficina se torne realmente um trabalho coletivo, em que todos praticam atividades importantes juntos e têm tarefas individuais a cumprir.

4. Todo tipo de material pode ser trazido para ajudar na confecção dos fanzines: papel, canetinhas, canetas e canetões coloridos, revistas para recorte, fotografias, tesoura, cola, lápis de cor, etc. A criatividade é a parte mais gostosa deste trabalho.

5. A avaliação deve ser através do estabelecimento de critérios, como adequação ao tema, objetividade do texto, nomes mais criativos etc.

Pra não ficar chato, vou apresentar as equipes no próximo tópico.
Dêem uma olhada na bibliografia e não esqueçam de comentar o blog!

Abraços

BIBLIOGRAFIA:

1. O jornal na sala de aula, de Maria Alice Faria. Eu estou usando a edição antiga, da Editora Contexto, 1994, mas este livro interessante tem edições mais recentes. Altamente recomendado.

2. O que é fanzine, de Henrique Magalhães. Este livro faz parte da coleção "Primeiros Passos", Editora Brasiliense. Também recomendado. Encomendei este livro hoje, por R$ 16,00. Também recomendadíssimo.
Nesta coleção, existem centenas de títulos interessantes. Dêem uma olhada no link da brasiliense: http://www.editorabrasiliense.com.br/primeirospassos/primeirospassos_index.html

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

EXERCÍCIOS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Seguem os exercícios sobre acentuação gráfica, dirigidos aos alunos do primeiro ano de pedagogia.
Devem ser resolvidos e trazidos para a próxima aula, para que possamos comentar.
Divirtam-se.

SOBRE O TEXTO "CONSTRUÇÃO", DE CHICO BUARQUE DE HOLLANDA:
1. Por que ocorre acentuação gráfica na última palavra de cada verso do texto?

2. Além da última palavra de cada verso, há apenas uma outra acentuada no texto. Qual é e por que recebe acento gráfico?

3. Observe as seguintes palavras, retiradas do texto: náufrago, máquina, música, público, tráfego. Elas pertencem a que classe de palavras? Se fosse retirado o acento gráfico, continuariam existindo? Explique.

SOBRE O TÓPICO "ACENTUAÇÃO GRÁFICA":
1. Observe a grafia e acentuação das palavras abaixo e indique a alternativa em que todas estão grafadas corretamente:
a) privilégio, espontâneo, ressureição.
b) má-criação, abstração, exitação.
c)maciço, sisudez, classissismo.
d) acessor, sargeta, senzala.
e) incursão, propensão, mixto.

2. Reescreva corretamente as palavras grafadas de maneira errônea na questão acima.

3. A mesma regra de acentuação que vale para rápida, vale também para:
a) mutável, estaríamos, vírgula, admissíveis.
b) ortográfico, colégios, egípcios, língua.
c) básicos, difícil, colégios, língua.
d) português, inglês, símbolos, lânguido.
e) vírgula, simbólico, símbolo, hieróglifos.

4. Justifique a acentuação dos seguintes vocábulos:
históricos, país, índio, herói, Júpiter, módulo, álbum, jacaré.

5. Somente numa série abaixo, todas as palavras estão acentuadas corretamente. Assinale-a:
a) rápido, séde, corte.
b) Satanás, ínterim, espécime.
c) Corôa, vatapá, automóvel.
d) cometí, pessegozínho, viúva.
e. Lápis, raínha, côr.

6. Reescreva as palavras acima, fazendo a acentuação correta.

EXERCÍCIOS E AULA

Gente, a partir das 18 horas de hoje, os exercícios estarão disponíveis aqui na página deste blog.
Também deixarei disponível no xerox uma cópia da aula sobre acentuação gráfica. Quem quiser o arquivo em power point, escreva um email pra mim e eu envio: mugwumps@ig.com.br
Continuem acessando o blog, em breve novidades: vou colocar fotos, links e outras cositas más.
abraços

terça-feira, 14 de agosto de 2007

FANZINE: PRODUÇÃO ALTERNATIVA NA ESCOLA

Originalmente, fanzine é uma publicação feita pelo fã. A palavra é um neologismo de origem inglesa, formada a partir da contração das palavras “fanatic” e “magazine” – literalmente, “revista do fã”.
Para alguns estudiosos, apenas a publicação que traz textos, informações e matérias sobre determinados assuntos, especificados e definidos pelos editores, pode ser considerada um fanzine. Porém, podemos chamar de fanzine qualquer publicação de caráter amador ou educativo que seja elaborado sem a intenção de lucro, com objetivo de comunicação e informação sobre um tema.
Em um fanzine, podemos encontrar textos sobre variados assuntos, histórias em quadrinhos, poesias, divulgação de bandas, contos, crônicas e resenhas, colagens, desenhos e tudo mais que for considerado interessante. Para fazer um fanzine, antes de tudo, é preciso iniciativa e concentração de um grupo de pessoas que tenha como objetivo divulgar informações sobre produção artística, educacional ou cultural, para que desta forma possam ser multiplicadas e enviadas para variados tipos de leitores, sempre à margem do esquema comercial da produção cultural.
Um fanzine é diferente de uma revista tradicional justamente porque não se preocupa com o mercado editorial nem com o lucro que possa ocorrer. É uma forma de expressão livre, feita em função dos direcionamentos dados pelo grupo de editores. Publicação independente e livre, o fanzine pode ser reproduzido e pode também dar origem à outros fanzines.
No caso da escola, o fanzine pode ser uma produção interessantíssima, realizada como criação coletiva de professores e alunos, a partir de um tema do conteúdo. Pode também assumir o papel de um veículo de comunicação entre diversos segmentos que compõem a escola. Para a disciplina de Língua Portuguesa, visando a produção de textos, é obvio que o trabalho com fanzines pode trazer inúmeros benefícios. Demonstrar o caráter abrangente, criativo e prático da língua – atributos que nem sempre ficam claros nas aulas expositivas sobre os temas mais comuns da disciplina - são apenas alguns. Fanzine pode fazer milagre: tornar alunos críticos-criativos (e de quebra, questionar os valores de suprema sabedoria dos mestres, pois põem à prova o fato de que todos podem e devem escrever, e têm o que dizer).
Com organização, definição temática, objetivos, tempo e o mínimo de recursos, é possível fazer fanzines e torná-los uma ferramenta da construção de conhecimentos na escola. O papel do professor é de incentivador, mediador e articulador entre os conteúdos temáticos da disciplina e os conteúdos que serão expressos no fanzine.
Hoje em dia, com o advento da internet e dos meios eletrônicos, existem os chamados “fanzines eletrônicos”, ou "e-zines". Sua característica é trazer para a linguagem do computador os temas e assuntos tratados outrora nos fanzines impressos. Também é uma maneira interessante de utilização dos meios de comunicação em sala de aula. É possível, por exemplo, criar um fanzine e um e-zine, no formato de blog, para dar mais sustentação e abrangência ao projeto.
Para produzir um fanzine na escola, é preciso, como sempre, planejamento, definição de objetivos e etapas. A produção pode ser realizada com uma turma, um grupo de alunos e professores, ou com várias turmas da escola. Também é possível utilizar um conteúdo temático (uma publicação sobre "verbos" ou "orações subordinadas", por exemplo, ou como parte da produção de textos, com tema delimitado pelo mestre), ou pode ser feita com tema livre, com objetivo de criar um meio de comunicação interclasses. É interessante que o professor não imponha suas vontades ou sua maneira de pensar, mas participe com os alunos das decisões a respeito da escolha de temas, linha editorial, quem faz o quê, etc. Só depois de o trabalho concluído, deve-se realizar a avaliação, a partir de critérios pré-definidos com a turma.
Estes critérios podem abranger desde o tema escolhido, passando por questões gramaticais, ortográficas e sintáticas, incluindo questões sobre ética e metodologia da produção de textos.
É sempre importante que se defina o tipo de material que será utilizado para a confecção dos fanzines – tipo de papel, cola, tesoura, revistas para se fazer colagens, fotografias, cd-rom, computador, canetas, lápis de cor – e também que se defina o formato e a tiragem de cada publicação. O fanzine vai ser publicado no formato de uma revista e reproduzido via "xeróque"? Ou vai ser um fanzine mural? Quantos exemplares serão impressos? De onde virá o financiamento para a pulicação? Todos esses temas devem ser discutidos e definidos em conjunto com a turma. A definição dos temas passa também pelo definição do chamado "público alvo". Quem vai ler? A escola inteira? Pais, professores e alunos? Ou apenas a turma que produziu? Aqui, pode-se incluir também na metodologia uma pesquisa a respeito dos temas a ser publicados.
Esta pesquisa pode ser feita primeiramente com a própria turma -o que dá liberdade ao professor para incluir um tema do conteúdo da disciplina, como uma das matérias que serão publicadas.
Outra coisa importante é definir a periodicidade da publicação. Isto incluirá a definição de quando e como a produção vai ocorrer: durante as aulas? No horário contrário às aulas? Como trabalho de casa? Defina uma agenda para o fanzine!
Sempre é bom lembrar que esta atividade manter sua ludicidade (o que não a desmerece enquanto uma atividade didático-pedagógica, científica, séria). O professor deve estar preparado para perceber que, se num primeiro momento isto pode ser definido como um trabalho coletivo, feito com toda uma turma ou com um número estipulado de turmas, a segunda etapa inclui, além da avaliação, a necessidade de os próprios alunos definirem se querem ou não continuar com o projeto – mesmo porque não se pode passar todo um ano letivo apenas produzindo fanzines. Sempre que necessário, o professor pode pedir uma produção de fanzine, ao invés de pedir aos alunos um trabalho nos moldes tradicionais.
Um fanzine é uma produção lúdica, criativa e educativa, que deve fazer parte do planejamento da disciplina de Língua Portuguesa, em todas as séries.


Para maiores informações, leiam:
O QUE É FANZINE. De Henrique Magalhães. Editora Brasiliense, ano 2004, Coleção Primeiros passos http://www.editorabrasiliense.com.br/primeirospassos/fanzine.htm
Digitem “fanzine” no campo de buscas do site Google e vocês terão inúmeras páginas a respeito. Leiam, produzam e divirtam-se.
Abraços

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O SENTIDO DO BLOG

Galera, gostaria de lembrar a todos que este blog só terá sentido e cumprirá sua função se vocês, alunos de Pedagogia, acessarem, lerem, deixarem comentários e entrarem no clima do blog. Quero lembrar que o acesso a este blog faz parte da metodologia do nosso trabalho. Portanto, apareçam, sejam colaboradores.
Abraços a todos

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

ESCREVER E LER É FÁCIL E NECESSÁRIO

A língua portuguesa costuma ser uma disciplina que traz a tona paixões e ódios. Porém, uma coisa é certa: se refletirmos que para nós não existe vida sem a língua portuguesa, já que o tempo inteiro estamos usando nosso idioma para qualquer atividade, e nossas estruturas de pensamento são fundamentadas a partir da noção de mundo que adquirimos através da língua, é possível estabelecer uma relação mais tranqüila entre o falante-estudante e a língua de Camões.
Escrever diariamente, procurando sempre refletir sobre o texto que produzimos, é um exercício que aos poucos vai nos trazendo mais liberdade e tranqüilidade na utilização do idioma. Devemos saber que a língua é algo complexo, vivo, que está em constante transformação, adquirindo novas formas e novos conceitos, novas palavras e novas maneiras de expressão. Sendo assim, estudar ou refletir a fundo sobre o próprio idioma é uma tarefa também complexa, mas que acaba sendo compensadora, pois nos tornamos mais aptos a compreender todas as possibilidades que o conhecimento nos traz. Além do que, estudar um idioma é o primeiro passo para que possamos também compreender melhor ou aprender outro idioma.
Escrever é relativamente fácil, mas requer auto-crítica e um conhecimento mínimo das regras e normas que regem a escrita. Se analisarmos minimamente determinados conceitos, certamente teremos possibilidade de nos tornarmos bons escritores, não no sentido profissional, mas no sentido cotidiano, de pessoas conscientes do papel de guardiães de nossa própria cultura.
Um grande aliado é nosso amigo dicionário. Além do famoso e sempre difundido "Aurélio", eu, particularmente, gosto muitíssimo do Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, que é de longe o mais completo dicionário de português existente no mundo. Este dicionário é fruto de uma pesquisa de 19 anos, liderada na maior parte do tempo pelo intelectual Antonio Houaiss (1915-1999), que infelizmente, faleceu antes de sua obra ser concluida. Se você não possui um dicionário, eu aconselho a comprar um, e não pense nisso como um desperdício de dinheiro (bons dicionários costumam ter preços não muito baratos, infelizmente), pois um livro é sempre um investimento. Um dicionário de qualidade vai acompanhá-lo por toda a vida. Ao contrário do dito popular que chama de "pai dos burros", eu acho que dicionários são, sim, Amigos dos Espertos, porque somente os incautos ou arrogantes não consultam dicionários.
Uma outra sugestão é ler, tudo, o tempo inteiro. É claro que tendemos a concentrar nossas leituras a obras de nosso gosto, mas lembre-se: o bom leitor amplia seu universo de leitura com o tempo, vai descobrindo coisas novas, novos autores, novos livros, novos gêneros, sem preconceitos. Toda leitura é válida, especialmente num país de analfabetos funcionais e preguiçosos, como ainda é o nosso.
Não ter dinheiro não é desculpa: há bibliotecas, há livros baratos (como, por exemplo, os livros da série "pocket", da editora gaúcha L&PM - http://www.lpm.com.br/), há a internet, há amigos de quem podemos emprestar, há revistas. O que não pode haver são desculpas esfarrapadas para não ler! Quem não lê está por fora, e na universidade, especialmente num curso de ciências humanas e educação, como é o caso da Pedagogia, não é admissível que os estudantes não leiam, no mínimo, uns quatro ou cinco livros por mês.
Acreditem, ler e escrever são atividades intimamente ligadas, e quando se começa, não se consegue parar mais. Espero que, mesmo com o curto tempo que temos pela frente, possamos melhorar nossa relação com a leitura e a escrita neste semestre.
Comecem lendo e fazendo comentários neste blog!
Um abraço e até quinta-feira.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

MATARAM MEU CACHORRO

Hoje, cheguei em casa de minha mãe e todo mundo estava triste. Disseram-me que meu cachorro pinscher, Billie, com 13 anos de idade, havia sido envenenado.

O que isso tem a ver com nossas aulas de pedagogia? Talvez nada, mas talvez muita coisa. Pra começar, estamos sempre falando em educação, mas nem sempre refletimos que a educação que tanto apregoamos passa necessariamente pela melhoria das relações entre as pessoas.

Basicamente: não interfira na vida de ninguém, respeite ao próximo e mesmo que aquilo que outra pessoa faça - seja em termos sexuais, pessoais, intelectuais, políticos, sociais, artísiticos et coetera - possa não ser algo edificante para você, admita que ninguém tem o direito de direcionar o comportamento do outro a partir dos padrões que assume como próprios. Isso é uma grande lição para nós, educadores, que confundimos muitas vezes nosso papel, Afinal, somos orientadores ou doutrinadores da psiquê e da persona alheia?

Não podemos ser doutrinadores! Cada um de nós, sujeitos individuais que habitam o planeta Terra neste começo de século, em meio a tantas contradições e tanta ausência de sentido e tanta falta de ética e tantas guerras e tanto sofrimento e tanta falta de comunicação, mas ao mesmo tempo com um fio de esperança de que tudo se torne melhor o mais breve possível, cada um de nós tem o direito de ser o que é. Aquilo que venho lhes falando em sala: não podemos impor, mesmo porque quando nos impõem qualquer coisa que seja, nos sentimos ultrajados em nossa individualidade. É claro que existem normas de convivência, e que isso tudo que estou lhes dizendo implica no "semancol" que temos que ter para não invadir a subjetividade alheia.

Pois foi exatamente o contrário disso que o canalha que deu veneno pro meu cachorro fez. Simplesmente agiu de forma cínica, abolindo todas as regras mínimas de convivência, e atingiu a um ser inocente, com a fúria que provavelmente deveria ser dirigida ao dono do cachorro. É muito mais difícil e complicado envenenar uma pessoa, afinal...

Eu tenho pena, mas isso tudo me faz refletir que temos o dever de acreditar e propagar os ideais humanos, de solidariedade, fraternidade, convivência pacífica, mesmo diante de tantas diferenças e tanta diversidade que marcam nossa vida. Qual o problema em ser "diferente"? Creio que é dessa forma temos que agir na escola, com nossos alunos, começando por nós mesmos a ter uma postura mais tolerante em relação ao outro - o que não quer dizer uma postura banana ou passiva, que fique bem claro, mas uma postura de respeito, a si mesmo, em primeiro lugar.

Bem, minhas queridas alunas e alunos. Tomara que vocês leiam esse blog e que isso sirva para que nós possamos, de alguma forma, ao menos vislumbrar uma postura diferenciada de nossa atuação na escola, enquanto educadores críticos, que crêem em ideais nobres, mesmo diante de tanta barbárie.

Dedico esse post ao meu cão, William Fitzgerald II, chamado por nós de Billie, que me amou incondicionalmente entre 1994 e 2007, e teve um triste fim.

Abraços a todos.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

As aulas de hoje foram o pontapé inicial em um projeto que pode realizar uma experiência interessante para o curso de Pedagogia.
Sem dúvidas, temos limitações, mas dentro de nossas possibilidades, poderemos viabilizar um estudo produtivo. Para mim, a realização de um projeto em educação é sempre algo excitante, e trabalhando com mentes produtivas, tenho certeza de que sairá algo de bom.
Na próxima aula, daremos início à produção de fanzines. A primeira coisa que faremos é conceber este tipo de publicação, da qual falei brevemente na aula de hoje, e fazer uma pesquisa a respeito deste tema na internet e em outros meios. Deixo a dica: há um evento que acontecerá na UEPG, chamado "Semana de Folkcomunicação", em que há um concurso para fanzines. Seria legal que a gente produzisse a tempo de alguém aí da turma participar, já que é um evento acadêmico que tem bastante a ver com nosso tema. O link do evento é esse: http://www.uepg.br/folkcom2007/. Acessando este site, vocês terão maiores informações sobre este evento. É claro que não é do curso de Pedagogia, mas nada impede ninguém de participar, além do que, podemos dessa maneira aumentar nosso conhecimento a respeito das relações entre a educação e comunicação e romper com o didatismo positivista que quer acreditar que nós, educadores, somos o umbigo do mundo.
Outro link interessante que vocês podem acessar é o blog de meu amigo, professor Márcio Oliveira, da UERJ, que trabalha com o ensino da didática. Dêem uma olhada, façam um comentário, digam que fui eu que indiquei o blog pra vocês. O link para o blog é http://wwwensinodidatica.blogspot.com/
Com esses acessos, vocês vão perceber que a internet é um instrumento que pode ser um grande aliado dos educadores em sua nobilíssima e árdua tarefa de educar seres humanos.
Na seqüência deste blog, vou linkando outras coisas, outros blogs, filmes, textos, fotografias, sites interessantes. Vocês não só podem como devem contribuir, primeiramente, acessando o blog e sempre postando comentários.
Na próxima aula, vou ver quem acessou o blog e fez comentário.
"Vamo que vamo que a hora é essa".
Um abraço.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O começo e o fim de tudo

Olá, queridas alunas e alunos do curso de Pedagogia da Secal.
Como já havia lhes dito, iniciaremos nossos estudos em Língua Portuguesa com a criação deste blog, que tem por objetivo tornar-se um instrumento de apoio às aulas. Um blog é interessante porque podemos pôr em prática nossa produção de maneira imediata, além de possibilitar uma maneira diferente da tradicional para os debates e trocas de idéias e informação sobre os conteúdos de nossa disciplina.
Enquanto educador que se supõe crítico, penso que temos que superar a velha prática educacional tradicional, que já tem mais de 300 anos e que contribui de maneira deficitária para a formação plena das novas gerações. A educação pelos meios não é algo novo, há inclusive uma disciplina que compreende esta relação, a educomunicação, que já possui inúmeras pesquisas e experiências. Tais experiências e práticas demonstram que, quando utilizados de maneira ampla e produtiva, os meios de comunicação podem ser aliados fundamentais para uma prática educacional no século XXI.
Rádio, jornal, TV, cinema, fotografia digital, mp3, e suas linguagens podem ser um suporte interessante para a síntese e um canal aberto para novas experiências que se traduzam em novos conhecimentos. O que temos todos nós, educadores, a fazer, é perder os receios e partir para a ação, pois está em jogo o futuro da escola, das novas gerações e do próprio papel do professor, daqui para adiante.
Devemos fundar um tipo de relacionamento entre professores e alunos, e não resta dúvidas de que os meios de comunicação têm um papel preponderante no estabelecimento desta nova relação. Ninguém tem nada a perder com experiências deste tipo, além do que, estaremos utilizando a internet e suas ferramentas de uma maneira inteligente, não apenas como entretenimento, mas substancialmente para marcar posição diante da utilização dos meios na educação.
Estudantes de Pedagogia (e de qualquer outra área, afinal) têm como dever pensar, refletir e dar respostas criativas à crise da escola. É mais do que urgente repensarmos no modelo de educação que temos, e para isso, precisamos ter consciência crítica de nosso papel enquanto educadores, e também refletir sobre os problemas e não ter medo de novas práticas e experiências.
É claro, não devemos confundir a utilização dos meios com pirotecnia - pois de nada adianta usarmos de tecnologia avançada com um discurso ultrapassado. Nada substitui nossa postura crítica diante dos problemas comuns à escola: hierarquização, a questão da disciplina, do acesso ao saber, e também o analfabetismo tecnológico, que é tão grave quanto o analfabetismo do letramento.
Bem, está lançada a idéia, aqui vamos nos encontrar e conversar, estudar e trocar idéias.
Espero contar com a participação de todos.
Um abraço